terça-feira, 15 de março de 2011

O inferno da indiferença

Estamos vivendo uma apatia coletiva mundial no que diz respeito à valorização, importância e cuidado para com o nosso semelhante. Na sociedade brasileira percebemos o reflexo desse caos global que mina as bases que sustentam a vida.
Os diversos setores estão infectados pela indiferença que é regada pelo acúmulo de riquezas e bens. Quem ainda se lembra da nossa Amazônia que está morrendo por causa da ação de pessoas que visam apenas lucros? Desmatamento, poluição da água e do ar. A violência urbana deixando um rastro de sangue que acaba sendo normal por acontecer todos os dias. Quem ainda se lembra de João Helio, o índio pataxó Galdino, a empregada doméstica Shirley? Todos foram vítimas da violência. Será que alguém ainda se lembra dos milhões que são distribuídos nas cuecas, meias, malas, jatinhos? O pior é que alguns ainda buscam o respaldo de Deus fazendo orações de gratidão pela facilidade com que conseguiram lesar os cofres públicos. Políticos que renunciam ao mandato para não serem caçados por seus atos de corrupção, sendo beneficiados por essa lei injusta, retornam ao poder pelo voto do povo. É impressionante a capacidade que esses bandidos têm e continuam a melhorar no quesito roubalheira, ou melhor, improbidade administrativa pra ser politicamente correto.
Mesmo não sendo um ano eleitoral, nossos ouvidos devem ser preparados para ouvir as mesmas ladainhas de sempre, a fim de que possamos discernir os políticos sérios, que são poucos, dos corruptos que não merecem ser chamados de políticos, mas, infelizmente, são esses que engrossam as filas do congresso nacional.
Enquanto os brasileiros não tomarem consciência de que são cidadãos e não servos, perpetuaremos esse modo de vida político e social que não respeita a alteridade. Pelo contrário, esse modelo de gestão está a serviço desse capitalismo neoliberal que apenas se sustenta em cima de corpos mutilados que sangram suas misérias diuturnamente.
Os políticos precisam do povo para receber seus salários. Pagamos impostos que não são revestidos para o bem da sociedade e sim, para sustento desses corruptos que não estão nem um pouco interessados em ver um país mais justo e igualitário com uma equidade na distribuição de renda.
Precisamos ser proativos no que diz respeito ao bem comum de nossa sociedade e do mundo. Não podemos continuar vivendo essa apatia que está encalacrada na alma dos cidadãos que pensam ser esta a única realidade que poderemos vivenciar. São necessárias atitudes que reflitam a indignação da população junto aos poderes executivos, legislativos e judiciários do nosso país. São nessas instâncias que são tomadas decisões que deveriam ser justas e, que de fato mostrassem que o Brasil é um país de todos.
Por sermos um país democrático temos, dentre muitas ferramentas, o VOTO, que deve punir e execrar esses políticos deletérios dos nossos municípios, estados e da nossa pátria amada Brasil. Não podemos nos esquecer que a corrupção a nível nacional é apenas um reflexo da corrupção local que enfraquece os pilares da democracia.
Chega de crianças que além de não terem acesso a uma educação de qualidade, são vitimas de violências que marcam profundamente aqueles que não serão o futuro, pois já são o presente dessa realidade imunda que assola a dignidade desses infantes. As drogas estão tomando conta da nossa juventude que não tem mais sonhos e, sim, vivem dopadas pelo ópio que paralisa e enfraquecessem a força do nosso país. Uma nação onde foi obrigada a criação de um estatuto para proteger os idosos atesta o seu estado incompetente e doentio.
Diante dessa triste realidade brasileira e mundial, temos que admitir que somos culpados por nossa apatia e descaso para com essa situação que beira a insanidade coletiva. É sabido que algumas vozes não se calaram e nem se venderam nesse sistema cruel e injusto. Portanto, é imprescindível que nos juntemos a essas vozes e formemos um grande coral onde a única música a ser cantada seja o som da justiça, da paz, da fraternidade, da solidariedade e, acima de tudo, do amor.
                            Fábio Porto

7 comentários:

  1. Massa seu texto Fabão. Seria de otimo proveito se utilizassemos essa importante ferramenta que temos (que é o VOTO) com a inteção melhorar ou transformar essa sociedade cruel em que vivemos.
    Abraços Fabão

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  2. Parabéns Fabão!

    Tremi só de pensar que posso estar patrocinando esse inferno... Quero fazer parte desse coral!

    Forte abraço meu velho!!!

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  3. mano como profeta de Deus voce foi usado para proclama a mensagem de denuncia, juizo e esperança, devemos tomar a cada dia a conciencia quer o Brasil precisa mudar o mais rapido possivel, no que tange as questoes relacionadas a desigualdade social, o agir de forma correta e honesta, o ser cumpridores e nao apenas ouvintes, precisamos com a nosssa força de Profetas de Deus continua como Jeremias, lutando por uma nação melhor para se viver, grande abraço amigo fica na paz de nosso Senhor Jesus.

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  4. Querido Fábio, eu confesso que estou meio indiferente e apático em relação ao grande mundo ao meu redor. Mas entenda bem, continuo profundamente condoído com as mazelas que assombram a humanidade. Choro ao ver a dor dos japoneses, do pai do João Hélio e até da dona do cãozinho Pimpoo. Eu sofro. E não esqueço. Mas me sinto de mãos atadas. Só posso chorar.

    Não acredito que vivamos numa democracria. Não acredito no poder do meu voto. Tanto faz: Tiririca, Dilma, Obama e Kadhafi são iguais. Todos são marionetes. São todos palhaços. Uns mais que os outros. Mas são todos iguais. Não participo. Não acredito. Foda-se.

    Só acredito (ainda) nas micro-revoluções (ou seria melhor dizer nano-revoluções?). Naquelas que faço no meu restrito círculo de convivência. Nenhuma mais. Quero distância de ONGs, partidos políticos, igrejas e instituições afins.

    Mesmo assim, amigo, fico feliz com seu texto. Tendo pessoas como vc acreditando, falando e lutando(?) me dá um certo ânimo. Um ânimo descrente, diga-se. Uma, por assim dizer, "desesperançada", ou ainda, desesperada, esperança. Espero (olha a esperança aí) que vc siga profetizando, sem ser cooptado. Quem sabe um dia eu engrosso esse caldo. Como diria Agostinho: "Senhor, livrai-me da luxúria... mas não agora" rsrsrs.

    Um beijo enorme, companheiro.

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  5. Muito legal esse seu texto amigo!!
    tbm quero participar desse coral ai!! rsrsrs
    bjaum

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  6. Blogueiros e blogueiras bom ter seus comentários sobre meus devaneios!!!!

    Querido Natan, Confesso que escrevo para não enlouquecer diante da tragédia do mundo em cartaz. Muitos são meus sentimentos: niilismo, raiva, dor, choro, utopia, apatia, desespero... um monte que não falei e, ainda, aqueles que nem mesmo sei que tenho. No entanto, acredito que meu problema foi lê o sermão do monte e acreditar no que disse o paradoxo nazareno. Não sei qual a razão, mas acredito na mudança do ser humano, desejando a micro (nano) mudanças e sonhando, quem sabe, com a macro. Será??? Oxalá!!!

    Um xero no seu coração meu brother!!!

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