segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Espírito da Lei do Senhor

O mundo contemporâneo vive um esvaziamento de sentidos e significados. O que importa para a maioria das pessoas é o ter em detrimento do ser. Não importa o que você seja, primordialmente, a pessoa tem que possuir alguma coisa, especialmente, bens materiais para que possa ser feliz e livre. Isso fica bem claro ao analisarmos algumas palavras como amor, tradição, profeta, lei...

O salmo 19:7 A lei do SENHOR é perfeita e nos dá novas forças. Os seus conselhos merecem confiança e dão sabedoria às pessoas simples.” O salmista nos mostra uma visão diferente da Lei do Senhor. Quando algumas pessoas ouvem a palavra “lei” pensam logo em uma prisão. Outras dizem: “não quero fazer parte da Lei de crente”. Percebemos que o salmo não foi bem compreendido por quem pensa assim. Pois, ao invés de prender, a Lei de Deus liberta, renova, conforta, auxilia, vivifica. 

Nossa sociedade está jogando seus valores no lixo e com isso criando um vazio existencial. Os valores familiares, pessoais, sociais, não são mais cultivados por grande número de pessoas. O que importa hoje é o efêmero, o passageiro, nada precisa durar tanto, pois existe um leque enorme de opções para se viver. Um dos problemas é que muitos querem converter a sua sensibilidade em norma da moralidade e fazer do desejo um absoluto.


Os discípulos e discípulas de Cristo precisam mostrar com sua práxis o verdadeiro sentido da vida, pois nossa sociedade está corrompida e perdida em seus próprios devaneios e o que é pior, ela não sabe sair dessa condição sozinha. Assim sendo, é preciso que as pessoas que meditam nas Palavras de Jesus, a lei do amor para a vida, mostrem ao mundo como viver valores que promovam a vida e a cidadania para todas as pessoas indistintamente.


É importante que os cristãos observem o Espírito da lei como fez o salmista, pois a Lei de Deus serve para a qualidade e manutenção da vida. Devemos confiar no que nos ensina o Senhor através da sua Palavra, porque quem assim procede se torna sábio e, portanto, uma pessoa simples e dependente do Senhor.  Em outras palavras, ser humano feito a imagem e semelhança de Cristo.


Fábio Porto

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que é a vida?

Senhor o que é a vida? Será que estou vivo só porque escrevo estas palavras? Morte ou vida? Comumente, um vazio se instala na alma humana e com ele uma angústia que aterroriza a vida ou a morte de quem existe.
Pensar na vida que se vive é trazer para si um fantasma que cobra a todo tempo uma postura que não se tem ou que se sonha realizar. Essa cobrança é sempre cruel porque sempre se pensa que o tempo que temos é sempre menor do que o tempo que já se passou. O futuro é sempre menor que o passado quando temos que introspectivamente projetar uma nova forma de viver ou de morrer a vida.
Olhamos as pessoas irem de um lado para o outro e sempre pensamos que estamos parados. Pensamos sempre na mocidade que insiste em ir embora gostando dela ou não, ela se vai sem cerimônias ou pesar.
Porque a vida nunca é do jeito que a gente quer? Parece uma perseguição dos deuses.
Viver é de fato muito perigoso. Nos deixa enjoados e cheios de sentimentos que apenas nos paralisam diante do que se chama vida. Mesmo no movimento existe a angústia de viver. Fazemos sempre alguma coisa para que esqueçamos os perigos que nos cercam na atividade de pensar a vida.
Nem mesmo sei ou penso com clareza os sentimentos que me passam nesse momento. Mas de uma coisa sei: estou vivendo o paradoxo de viver e morrer na vida. Será que a mocidade é apenas um sonho que nos faz caminhar para não morrer de tédio? Ou será que a mocidade sempre será um sonho que aqueles que no momento vivem a mocidade não conseguem discerni-la e para aqueles que dizem já ter passado por ela nunca viveram essa mocidade na prática? Será que ela realmente existe? Ou será apenas uma utopia criada para nos alegrarmos se a temos ou para entristecermos se achamos que ela já passou e que nunca mais voltará?
Senhor não sei o que pensar. Contudo, nesse momento acho que tenho que viver mais e pensar menos. Para tanto, gostaria de sua ajuda para passar esse vale que parece intransponível para um simples mortal.
O amor é a única chance para quem vive ou morre na vida. Me ensine a amar...
 
Fabio Porto
 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sobrevivendo mais do que vivendo

Fico incomodado com o número de informações sobre a realidade humana no que se refere a sua dignidade e respeito. Se olharmos para a América Latina as notícias são incomensuráveis. Fome, doenças, violência, injustiças, criminalidade, etc. Minha inquietação é a seguinte: será que o muito falar resolverá ou amenizará as vicissitudes hodiernas? Está resolvendo? Será que os que falam se alimentam dessa situação para continuar escrevendo? Será que quanto pior melhor? Uma reposta é certa: enquanto escrevo muitos seres humanos estão sobrevivendo mais do que vivendo.

Gostaria de falar, analisar, questionar e/ou criticar as pessoas e, em especial, os cristãos e sua conduta diante do momento vivencial político, social e religioso. Chamados que foram pelo próprio Cristo, os cristãos deveriam não só identificar as idiossincrasias humanas, mas proporcionar uma nova caminhada para que as pessoas possam se parecer cada vez mais com a imagem de Deus que Jesus nos mostrou em sua práxis.

O sofrimento atinge pessoas. A dor marca a existência de grande parte da humanidade. No entanto, esses sentimentos poderiam ser amenizados em caso de uma prática mais encarnada do Evangelho de Cristo. Sabemos que alguns elementos fazem parte da vida humana e provocam muita dor: frustração, medo, ruptura, distanciamento, perda, angústia, tanto na dimensão pessoal quanto no plano relacional. Diante desse quadro muitas pessoas procuram ser consoladas ou encontrar um significado para sentir alívio para essas experiências negativas da vida humana. Algumas pessoas pensam na política, outras na religião e, outras ainda, nas instituições como sendo esse veículo que resolveriam seus problemas. Esses veículos são legítimos quando visam o ser humano em suas várias dimensões.

Um olhar sucinto sobre esses canais já é o suficiente para mostrar que cada vez mais suas atuações tiram a esperança das pessoas. Na política, especialmente no Brasil, a corrupção grassa a cada dia e a desesperança toma conta dos corações. As instituições cada vez mais burocratizam seus serviços dificultando o benefício que elas deveriam exercer para a sociedade. A religião por sua vez deveria ser o diferencial para a restauração da humanidade do humano. No entanto, o que observamos é, em linhas gerais, uma espiritualidade descompromissada com a vida, onde o que importa é o cumprimento da cartilha do mercado capitalista que se tornou o deus de muitos “cristãos”. Enquanto muitos sobrevivem a crueza da vida, os animadores de auditório se dizendo anunciadores do evangelho destilam seu ópio na veia de oprimidos que ficam paralisados diante das consternações. Não continuarei a discorrer das muitas mazelas que assombram nossa sociedade em nome do sagrado, pois quero é falar da esperança no Cristo de Deus. A esperança não precisa do êxito para se sustentar, pelo contrário, ela é a catalisadora que permite suportar uma dor intensa e todos os processos dos fracassos na vida daqueles que sobrevivem mais do que vivem. A esperança que surgiu na Galiléia deve marcar o caminho dos seres humanos. Em Cristo a proposta é de vida em abundância.

Minha oração é que as Igrejas da atualidade redefinam seus caminhos, não mais à luz da doutrina que preservam e que não está respondendo as demandas vigentes, mas à luz de uma práxis pastoral que perceba as incógnitas que hoje se colocam para compreender o processo do ser humano e o terrível impacto que os desajustes sociais e econômicos têm causado em todas as esferas que nos constituem como seres biológicos, psicológicos, sociais e espirituais. É preciso uma missão integral, um Evangelho integral, uma pastoral integral e, acima de tudo, um amor integral.

Fábio Porto

domingo, 1 de maio de 2011

ATÉ QUANDO?

Vivemos em um país que possui leis para quase tudo, no entanto, essas leis quase nunca são cumpridas, principalmente por aqueles que deveriam cumpri-las. As leis são criadas para nortear a sociedade, mas essa mesma sociedade começa entrar em colapso ao ver os seus governantes passando por cima das leis que o resto da população de certa forma é obrigada a cumprir.

Quando lemos jornais, revistas ou assistimos ao noticiário na televisão, sempre nos deparamos com a transgressão da lei, principalmente por parte daqueles que deveriam zelar pelo seu cumprimento.

Fico a me perguntar até quando o povo brasileiro vai suportar ser maltratado e humilhado por essas “vossas excelências”? Políticos que receberam um mandato para cuidar do povo, e que ao invés de cuidar  usam  as pessoas em benefício próprio, e de todos aqueles que de alguma forma são seus coligados ou seus cúmplices.

Até quando vamos agüentar ver o futuro das nossas crianças serem tratado com tanto desdém por parte do estado que rasga a sua constituição, e nega a esses infantes os seus direitos mais fundamentais?

Até quando vamos suportar ver os nossos idosos serem tratados de maneira humilhante e desrespeitosa? Homens e mulheres, cidadãos que trabalharam e contribuíram para o desenvolvimento do país e que hoje são tratados desta maneira.

Até quando iremos agüentar ver o sucateamento de todo sistema educacional? E ainda ver o cinismo dos governantes que constantemente declaram: “a educação em nosso estado e no país melhorou sensivelmente.” Quando vemos reportagens em toda mídia que nos informam que crianças são obrigadas a estudarem debaixo de pé de arvores por falta de um local adequado; em outros locais crianças de varias séries dividem a mesma sala de aula, a mesma carteira, e ao mesmo tempo, alguns governadores gastam verdadeiras fortunas para simplesmente formarem analfabetos funcionais. Sem mencionar que os seus filhos estudam sempre nos melhores colégios e gozam de todos os privilégios por serem filhos de quem são.

Até quando permaneceremos calados e conformados com o estrangulamento do sistema de saúde? A população é tratada com profundo desleixo, enquanto as ”vossas excelências” têm acesso às ultimas e mais avançadas tecnologias.

Até quando contemplaremos a falência do sistema de segurança pública? Onde temos uma polícia, em todos os níveis, no qual não sabemos se é mocinho ou bandido.

Não poderia deixar de questionar a respeito do universo religioso. Até quando teremos que ver homens e mulheres disfarçados de seguidores de Cristo, arrebanhando multidões e iludindo a todos, preocupados apenas com o lucro que irão obter? Refiro-me a padres, pastores, bispos, apóstolos, etc., diga-se de passagem, que muitos desses esquecem de proclamar o verdadeiro Evangelho por pura e simples conveniência.

Poderia continuar perguntando até quando para tantas outras mazelas sofridas pelo povo, mas paro por aqui, pedindo a Deus que comecemos a refletir  sobre este simples questionamento, que nos instiga a procurar respostas para questões que afetam toda a nossa vida.

Nelson Sales