sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Flores, armas e poesia



As estações do ano são momentos fantásticos no ciclo da vida, tanto na vida humana, quanto na natureza. Começar, terminar e recomeçar gera sempre uma expectativa salutar diante do desconhecido.
A primavera chegou com sua exuberância e beleza renovando não só a flora, mas os corações dos amantes e das pessoas que sonham com a possibilidade de um mundo diferente. No entanto, será que poderemos sonhar com um mundo de equidade onde, por exemplo, crianças e idosos, pobres e oprimidos, têm o seu sustento básico cerceado por pessoas que não sonham, pois vivem em constantes pesadelos? Pessoas assim vivem ou morrem à custa dos sonhos (carne e sangue) daqueles que são desfavorecidos e oprimidos pelo sistema que no seu ser só existe uma estação: desumanidade.
Será que poderemos acreditar em um mundo onde ao invés de flores são apresentadas armas, onde o que floresce nos jardins são corpos mutilados pela insensibilidade da criminalidade, pedofilia, corrupção, violência simbólica, violência urbana e doméstica e no limite, violência religiosa? Foi-se o tempo em que armas eram apenas de fogo ou armas brancas. O ódio e a indiferença são armas tão letais quanto uma bomba nuclear, pois o objetivo é matar o semelhante mostrando uma “superioridade” irracional que é infelizmente por muitas pessoas louvada. Não poderemos deixar a utopia morrer e nem ficar olhando e/ou admirando “as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar”.
Entretanto, como o Pai nos dá a oportunidade através dos ciclos da vida de renovar a esperança e o amor pela alteridade, vivamos de maneira que as armas sejam trocadas por flores e que nos corações daqueles que fazem as guerras nasçam “uma flor amarela como um girassol”. O mundo não precisa de uma teologia fria e desumana que no final visa apenas o lucro financeiro ou o poder. Esse tipo de teologia não pode ser comparado nem com o mais rigoroso inverno, pois há também beleza no inverno, porém nesse tipo de teologia e /ou religião não encontramos nada de belo e muito menos de poético.
Como não é possível aprender teologia, que possamos aprender a teologar. Que essa primavera traga consigo uma teologia que floresça poesia, arte e, acima de tudo, vida e vida abundante.
Fábio Porto


PS. caso não consiga postar um comentário mande seu texto para meu e-mail que postarei para você. E-mail: fabioporton@yahoo.com.br
Fraternalmente!
                

2 comentários:

  1. A violência simbólica é, com certeza, a mais cruel.
    Que nossas forças se renovem com a primavera pois, "não há outra questão, quando se é cristão não se para de lutar". E poderemos contemplar o nascimento de flores amarelas como girassóis.
    Lindo texto, parabéns!

    Bjs

    [Raquel Sampaio]

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  2. Querida Raquel... infelizmente esse problema de postagens está acontecendo com outras pessoas também. Então copiei e colei aqui seu e-mail.

    Concordo com você, a violência simbólica é muito cruel e muito sutil.

    Deus continue nos abençoando.

    Um abraço!!!

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